" Fica, eu digo. Me
ajuda a matar o tempo até a luz voltar. Fica e come da minha comida. Pelo menos
até a chuva acabar de cair. Deu agora na televisão que a cidade está debaixo
d’água, mandaram ninguém se mexer. Consegue? Tenta, vai. Empresto uma toalha,
uma camiseta G, um par de meias e a minha boca quente. Você já bateu recorde de
permanência, de toda maneira. Vamos lá, fica, na minha geladeira tem o resto de
um frango de padaria, a gente abre um vinho bom. Juro fazer rolinhos na sua
franja até você pegar no sono.
Aí você gasta um de seus preciosos sins e deixa
pra depois mais um daqueles seus adeus, que, aliás, tem de sobra, sempre à mão, para casos de emergência. E eu me pergunto: você vai
ficar porque está chovendo, ou está chovendo porque você vai ficar? Tanto faz.
Se eu bem te conheço, basta me despedir usando a tática do
me-liga-qualquer-coisa. Foi assim, desse jeito, que até hoje nenhum dos seus
adeus durou para sempre."
(GabitoNunes)
Nascemos sozinhos e morremos sozinhos do mesmo jeito. Então não espere que ninguém segure sua barra.
Enfrente o que tem de enfrentar sozinho.
Da mais certo!
Dependência assusta e enlouquece.
E de qualquer jeito, com idas e vindas,
ele não ficaria mesmo.
Vem Semana, e leva embora os sinais que o final de semana deixou.