- E calmamente fui aproximando-me sem que
ninguém percebesse, levantando aos poucos e avistando-a. Ela, que na
exuberância de sua pouca altura, trançava seus cabelos negros e com seu jeito
cativante servia-me de inspiração para os dias nos quais pusera-me de olhos
abertos tentando ver o mundo de outras maneiras. Musa de um outro qualquer,
gentilmente nutri seu coração - que por hora triste pairava - com sentimentos
oportunos e objetivo de acender o mesmo, soprando as brasas até virarem um
incêndio de sentimentos banhados com amor, roubando a musa de uma longa
história, trazendo-a para o meu mundo.
Pode ser que para o roubo de uma musa
caiba uma pena rigorosa, talvez de 5 a 10 anos na prisão mitológica de um mundo
literário, cujo tais penas não importariam-me desde que ela venha a estar em
meus braços beijando-me.
22:38. Noite fria.
- Moço, essa musa mitológica literária de quem
diz ai encima, é real, e não é tão musa assim. Faço das tuas, minhas palavras e
deixo que me roube. Me leve pro teu mundo e me tire dessa tristeza que escorre
pelos olhos e mancha a pele. Me arranque o ar e me traga de volta quando
cansar. Mas por favor, não canse moço. Poetas como você merecem mais do que uma
simples mortal tentando escrever sentimentos em prosa. Mas me pegue, me leve. É o que posso oferecer agora.
(LeonardoeKelin)
PS: Você bem sabe a falta que me faz.